segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ferramentas tecnológicas e questões pedagógicas

"The concept of e-learning is increasingly being used to describe the deployment of information and communication technologies (ICT) to support educational activities in various spheres of life. As a result, ICT is being heralded as a catalyst for innovations in teaching and learning. For developers of educational technology, this perspective highlights the need to produce computer based tools that are pedagogically adept and functionally relevant to the context and purpose of use. In practice, this entails exploiting the connectivity of psychological and pedagogical concerns whilst taking into consideration technology capabilities. These design challenges highlight the need for well-harnessed methods and techniques for incorporating pedagogy into systems design."
in Mwanza & Engeström (.....) Pedagogical Adeptness in the Design of E-learning Environments: Experiences from the Lab@Future Project.
Texto completo aqui
http://www.edu.helsinki.fi/activity/pages/files/research/lab/Daisy-Yrjo-Elearn03.pdf

Este texto inspira-me uma reflexão que se prende com a natureza das ferramentas tecnológicas a produzir para utilização com e pelos alunos. O grau de autonomia que os alunos desenvolvem no trabalho com o computador obriga a que tenhamos de estar atentos às potencialidades que as próprias ferramentas proporcionam e à riqueza que são (ou não) capazes de proporcionar na promoção de aprendizagens.

Á procura de um caminho nas TIC e Educação

Depois da equipa do Centro CRIE segue-se a procura de um caminho para a tese de doutoramento em TIC e Educação. Não está nada fácil encontrá-lo!... (o caminho)!
Estou também e pela primeira vez, apesar do meu percurso nas TIC, a trabalhar com alunos. Dinamizo, em regime de voluntariado, um espaço de "oficina de informática" no Colégio dos Navegantes. Pela primeira vez, estou a trabalhar com miúdos do pré-escolar (dos 3 aos 5 anos)e do 1º e 2º ciclos.
Até agora uso muito Cds uma vez que ainda não disponho de internet e os equipamentos disponíveis são parcos (é o primeiro ano de funcionamento da instituição).
O Tuxpaint para desenho e o Sebran para desafios de matemática, de português e para treinar a utilização do teclado, são pequenos programas disponíveis na internet que também tenho usado. Mas estou a desejar ter internet...

(continua)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O futuro que se quer presente

Adivinhar o futuro é impossível e prevê-lo também não fácil.
A participação neste programa de doutoramento em TIC e Educação é apenas mais uma etapa nesta viagem ... de que irei dando notícias.

Entretanto, fica um desejo que é também uma esperança, usando uma citação de Marc Prensky :

"So, let's not just adopt technology into our schools. Let's adapt it, push it, pull it, iterate with it, experiment with it, test it, and redo it, until we reach the point where we and our kids truly feel we've done our very best. Then, let's push it and pull it some more. And let's do it quickly, so the twenty-second century doesn't catch us by surprise with too much of our work undone".



Referências bibliográficas:
Prensky, M. (2005). Adopt and Adapt: Shaping Tech for the ClassroomTwenty-first-century schools need twenty-first-century technology.
Edutopia http://www.edutopia.org/adopt-and-adapt

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

No Centro Nónio mais tarde Centro CRIE-FCUL

O trabalho e o interesse no tema da integração das TIC foi-se mantendo. Durante os últimos anos fui continuando a acompanhar a evolução tecnológica, ao mesmo tempo que observava as transformações da própria escola e equacionava formas de integração das TIC, em particular nas dimensões da sua utilização pedagógica.
Em 2003, surgiu a oportunidade de ingressar na equipa do Centro Nónio da FCUL o que me permitiu voltar a ter uma ligação mais forte a esta temática. Por um lado, foi possível fazer uma actualização técnica principalmente ao nível de novas ferramentas de comunicação e de trabalho colaborativo mas também aprofundar a reflexão e equacionar formas de acompanhamento aos professores das escolas com quem trabalhamos.
Em 2005, procurando relançar novas dinâmicas de trabalho nas escolas foi criada a equipa CRIE (Computadores, Redes e Internet na Escola) e, mais recentemente, foi lançado o Plano Tecnológico da Educação.
O trabalho foi prosseguindo, até hoje, na equipa do Centro CRIE -FCUL a que continuo a pertencer.



Todas as experiências vividas em diferentes contextos permitiram ir alimentando a convicção de que as TIC podem constituir uma ferramenta de trabalho poderosa, não só pelas possibilidades de utilização e exploração de um conjunto diversificado de recursos mas também, mais recentemente, pelo estabelecimento de comunidades de aprendizagem e colaboração que fazem cada vez mais sentido no trabalho de professores e alunos.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Na formação inicial de professores

Em 1994 surgiu a oportunidade de voltar ao Departamento de Educação da FCUL para trabalhar na formação inicial de professores, no âmbito da Didáctica das Ciências e da Metodologia da Física e na orientação dos Estágios Pedagógicos. Nesta altura já começava a ser possível usar a Internet para pesquisa e selecção de informação, alargar a utilização de programas de simulação e modelação e continuar a ensaiar a utilização de sistemas de aquisição de dados. No Departamento adquirimos um projecto curricular americano o "Explorer" da Logal na versão 1.0 e que estava, na altura, ainda em desenvolvimento. Este projecto continua a existir, agora na versão 3.04 e integra módulos para diversos temas de Física, Química e Biologia e também um módulo sobre Sensores. Cada módulo continha (contém), além do software, documentação de apoio técnico, guia de utilização para professores e propostas de actividades para alunos: Este é o site actual:
http://web.riverdeep.net/portal/page?_pageid=818,1383156,818_1383177&_dad=portal&_schema=PORTAL

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Num projecto "Ciência Viva"

Em 1997, fiz parte de uma equipa para o desenvolvimento de um projecto no âmbito de um concurso do Programa Ciência Viva com o título “Actividades de aprendizagem de Física, experimentais e de comunicação promotoras de pensamento crítico"
O projecto decorreu durante dois anos e envolveu professores e alunos de várias turmas de 2 escolas da Região de Lisboa. Este projecto tornou possível concretizar a instalação da Internet nos laboratórios de Física das duas escolas e permitiu colocar os alunos das várias turmas a realizar actividades experimentais e a comunicar e trocar saberes através da Internet, usando o email. Os dados recolhidos durante o projecto foram trabalhados na dissertação de mestrado de um dos nossos colegas da equipa: "A Internet como facilitadora do ensino experimental promotor do pensamento critico".
Nos dias de hoje, a componente de comunicação e partilha através da Internet tornou-se quase vulgar e existem programas específicos de incentivo à realização de projectos colaborativos entre escolas, até de países diferentes. O programa etwinning, uma iniciativa do programa eLearning da Comissão Europeia é disto um bom exemplo.
As plataformas LMS (Learning Management Systems) como o Moodle, hoje já disponíveis em muitas das nossas escolas, vieram tornar mais fácil e mais rica a realização de projectos desta natureza e uma variedade de outras actividades com TIC nas escolas.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Na escola com outros colegas e com alunos

Já na escola, como professora de Física e Química, pude ensaiar com outros colegas e com alunos a experimentação de algumas propostas de actividades, usando as TIC.
Na primeira metade dos anos noventa os equipamentos ainda não abundavam nas nossas escolas. Era por isso difícil disponibilizar computadores para espaços específicos, como por exemplo laboratórios. Essa aventura era conseguida apenas em momentos especiais como as semanas de ciência. Tornava-se difícil concretizar no terreno e no dia-a-dia com os alunos algumas experiências de utilização ensaiadas no Minerva. Em 1993 decidimos, na escola, submeter um projecto a um dos concursos promovidos pelo IIE com um título que traduzia as nossas ambições da altura “O Computador no Laboratório de Física e Química” mas, infelizmente, não conseguimos financiamento. E continuámos a trabalhar…

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

O trabalho com colegas de Física e Química: os primeiros sensores


No princípio dos anos 90 começou a chegar a Portugal uma outra tecnologia para usar nas aulas de ciências, os sistemas de aquisição de dados usando interfaces com sensores que permitiam trazer o computador para os laboratórios escolares de ciências e fazer recolha e tratamento de dados experimentais de forma automática.
Recordo as dezenas de horas passadas no projecto MINERVA a explorar os primeiros kits de sensores. Perceber alguns aspectos técnicos, estudar calibrações, ensaiar condições experimentais que permitissem optimizar os dados recolhidos, interpretar os gráficos obtidos que nem sempre apresentavam os resultados esperados, perceber os erros, imaginar e testar propostas de actividades para realizar com os alunos, foram desafios e momentos de aprendizagem que não esqueço.
Site actual da Philip Harris, uma das marcas existentes na altura:
http://www.philipharris.co.uk/webapp/wcs/stores/servlet/Homepage_72_10501_-1
Os sensores, como qualquer outra tecnologia, evoluíram em termos técnicos no hardware mas também nos softwares de gestão que adquiriram novas potencialidades e interfaces mais amigáveis para o utilizador. Também os materiais de apoio para auxilío ao trabalho do professor e as sugestões de exploração para alunos se tornaram recursos abundantes na Internet.
Nos sites da Texas Instruments e da Vernier encontra-se quase tudo o que é necessário para usar os CBL 2™, os sensores distribuídos por aquela marca. Aqui ficam acessos directos aos sites e aos materiais respectivos:
Para terminar, aproveito para deixar ainda mais algumas referências recentes que fui recolhendo sobre este tema:





quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O trabalho com colegas de Física e Química: o software

No projecto MINERVA, para além do acompanhamento geral das actividades em curso nas escolas e da formação e acompanhamento nos Centros de Apoio Local (CAL), existia um trabalho específico visando a integração das TIC em áreas curriculares. Foi neste âmbito que integrei, com outros professores de Física e Química, alguns grupos de trabalho que se dedicavam a explorar o software específico que ia aparecendo. Lembro programas como “Cinemática”, "Arquimedes", "Pêndulo" que eram, em geral, programas de simulação para estudar alguns temas de Física e Química.
De facto, no início dos anos 90, as propostas curriculares de utilização das TIC nas disciplinas de ciências tinham por base a exploração de software específico, alguns programas tutoriais e de resolução de exercícios, mas também programas de simulação e modelação (Bennett, 2003). Em conjunto com a folha de cálculo, os programas de gráficos, as bases de dados e o processamento de texto, possibilitavam implementar actividades usando recursos e metodologias inovadoras para a época.
Mais tarde, no âmbito de Concursos Nacionais de Software Educativo promovidos pelo Ministério da Educação surgiram mais programas para o ensino da Física e Química, construídos por portugueses. Lembro "Galileu", "Faraday", "Dinamix", "Arrhenius" e, mais recentemente, o Modellus.
Hoje existem centenas de applets na internet que funcionam segundo os mesmos princípios, com interfaces amigáveis e abrangendo uma diversidade muito maior de temas.
Aqui existem alguns exemplos.
http://nonio.fc.ul.pt/actividades/portateis/fisica_quimica/sites_exemplos_fq.htm.

Referências Bibliográficas:
Bennett, J. (2003). Information and communications technology (ICT) and school science. In R. Andrews (Ed.) Teaching and learning science a guide to recent research and its applications (pp. 123-145). London: Continuum.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A experiência no Projecto MINERVA

Depois do começo nunca mais perdi de vista a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no trabalho com alunos.
Em 1990 fui trabalhar como professora destacada no Projecto MINERVA. Este projecto teve início em 1987 e foi a primeira iniciativa de âmbito nacional a surgir no nosso país com o objectivo de incentivar a integração das TIC na Educação (Ponte, 1994). Foi enquanto membro da equipa de professores destacados no Pólo do Departamento de Educação da FCUL que tive a oportunidade de alargar e aprofundar o meu percurso pessoal e profissional nas TIC. Foi um tempo rico de aprendizagens baseadas no trabalho em equipa, na construção e partilha entre professores de quase todas as áreas e níveis de ensino, incluindo investigadores do ensino superior.
Começaram também aí de forma consciente, em conjunto com outros colegas e na sequência do acompanhamento dos projectos das escolas, as minhas primeiras interrogações e reflexões acerca das possibilidades de integração na escola destas novas ferramentas.

Referências Bibliográficas:
Ponte, J. P. (1994). O projecto MINERVA: Introduzindo as NTI na educação em Portugal. Consultado em 7 de Setembro de 2007 através de
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/docs-pt/94-Ponte(MINERVA-PT).doc